Uma volta no ônibus das 15:00
Geralmente, ter que pegar um
ônibus não me agrada nem um pouco e os motivos posso explicar: cansaço, pessoas
desconhecidas, calor, pessoas desconhecidas, ônibus cheio, preguiça, e...
Pessoas desconhecidas!
Quando entro em um local onde não
reconheço os rostos ali, imediatamente me sinto desconfortável e fico “sem
jeito”, então, vou pra um cantinho mais afastado até a hora em que eu possa
sair. É assim que acontece quando preciso pegar o ônibus das 15:00.
Dia desses, eu estava fazendo o
trajeto de volta pra casa (no ônibus), mas não sei por quais motivos, minha
mente me levou a olhar tanto para as pessoas que estavam ali, como para a
paisagem lá fora com outra perspectiva, também posso explicar o motivo.
Normalmente, sou uma pessoa
impaciente e intolerante. Considero-me chata. Não gosto que falem alto perto de
mim, apesar de muitas vezes esse ser o tom da minha voz, não gosto que
conversem comigo me encostando e não entendo o porquê de as pessoas ouvirem
música sem os fones de ouvido .Quando essas situações acontecem, acabo julgando
as pessoas como inconvenientes e chatas como eu.
Agora voltando para o feliz
dia... Eu tentei concentrar meus pensamentos a respeito daquelas pessoas e da
situação em si, em pensamentos que normalmente eu já tenho fora Dali.
O que quero dizer é que em meu trabalho, na rua, em casa, ou em qualquer outro lugar que eu esteja, tento ser otimista (por mais que me custe) e tirar algo proveitoso das situações em que estou envolvida. Se estou no mercado às 18:00 fazendo compras e sei que nessa hora a fila do caixa vai estar enorme, mas mesmo assim eu fui às 18:00, o que me resta fazer depois de estar lá? Reclamar com os atendentes sobre a demora? Ir embora e voltar depois? Eu fico! Vou para a fila empurrando meu carrinho mesmo estressada por ter que esperar, mas saio com as minhas compras feitas, afinal, eu quis estar ali naquele horário e provavelmente eu queria muito um chocolate.
O que quero dizer é que em meu trabalho, na rua, em casa, ou em qualquer outro lugar que eu esteja, tento ser otimista (por mais que me custe) e tirar algo proveitoso das situações em que estou envolvida. Se estou no mercado às 18:00 fazendo compras e sei que nessa hora a fila do caixa vai estar enorme, mas mesmo assim eu fui às 18:00, o que me resta fazer depois de estar lá? Reclamar com os atendentes sobre a demora? Ir embora e voltar depois? Eu fico! Vou para a fila empurrando meu carrinho mesmo estressada por ter que esperar, mas saio com as minhas compras feitas, afinal, eu quis estar ali naquele horário e provavelmente eu queria muito um chocolate.
Ao olhar a meu redor, e ver
semblantes tão cansados, outros felizes, alguns tristes, percebi que eram
pessoas que talvez também tivessem as mesmas dificuldades que eu e isso de
certa forma, nos faziam “iguais”. A moça do banco da frente tinha uma tatuagem
linda na nuca, uma mandala colorida e
abaixo o nome do filho, confesso que não entendi o porquê de tatuar uma o nome
do filho perto de uma mandala, mas e daí? A nuca era dela e eu fiquei um bom
tempo admirando o desenho.
Ao meu lado esquerdo, tinha uma senhora que parecia estar muito cansada e fiquei imaginando que talvez tudo o que ela quisesse naquele momento era chegar em casa, tirar os sapatos e deitar no sofá pra assistir ao Vale a Pena Ver de Novo.
Ao meu lado esquerdo, tinha uma senhora que parecia estar muito cansada e fiquei imaginando que talvez tudo o que ela quisesse naquele momento era chegar em casa, tirar os sapatos e deitar no sofá pra assistir ao Vale a Pena Ver de Novo.
Perto daquela senhora estava
sentado um rapaz com uma mochila no colo. Pela aparência, penso que deve estar
no Ensino Médio. Senti pena dele, pois deve estar enfrentando tanta pressão
pensando nos estudos, faculdade, futuro...
O motorista do ônibus foi o que
mais me chamou a atenção. Apesar de não ser dos mais amigáveis com os
passageiros, fiquei pensando no quanto deve ser cansativo fazer inúmeras voltas
por dia, percorrendo o mesmo trajeto, ouvindo palavras que quer e que não quer
e pelo que sei, recebendo um salário ruim.
Resumindo minha longa viagem de
20 minutos: quando deixei de concentrar meus pensamentos apenas em mim e no que
me incomodava, e me permiti tentar sentir e pensar no que as pessoas ali
pudessem estar sentindo e pensando, por 20 minutos me senti uma pessoa melhor.
Por 20 minutos não me senti tão egoísta.
Naquele dia tomei a decisão de fazer com que minha volta pra casa a partir de então, seja mais proveitosa, reflexiva, e tranqüila. Talvez eu ainda me arrisque a puxar assunto com alguém que não conheça e que não seja velhinho, porque velhinho não vale pra mim, ia ser muito fácil e precisa ser desafiador. Acho que não mencionei, mas são as únicas pessoas que não tenho dificuldades para conversar. E assim foi minha volta no ônibus das 15:00. Diferente e feliz. E por mais clichê que pareça, até as árvores e o mato lá fora pareciam mais verdes. (agora imagine um emoji sorrindo aqui e fim.)
Naquele dia tomei a decisão de fazer com que minha volta pra casa a partir de então, seja mais proveitosa, reflexiva, e tranqüila. Talvez eu ainda me arrisque a puxar assunto com alguém que não conheça e que não seja velhinho, porque velhinho não vale pra mim, ia ser muito fácil e precisa ser desafiador. Acho que não mencionei, mas são as únicas pessoas que não tenho dificuldades para conversar. E assim foi minha volta no ônibus das 15:00. Diferente e feliz. E por mais clichê que pareça, até as árvores e o mato lá fora pareciam mais verdes. (agora imagine um emoji sorrindo aqui e fim.)
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